Estamos muito próximos do Natal e das festividades que se associam. Também estamos próximos da data em que refletimos e fazemos os planos para o ano seguinte. Então, porque não falar de um tema que está presente nas nossas vidas a toda a hora…a Alimentação. Estamos ávidos de um corpo saudável e muitas vezes descuramos o papel principal que os alimentos têm nesse processo. E porquê? Detemo-nos a comer o que gostamos e a deixar de parte o que não gostamos. Mas pensamos realmente sobre os alimentos? Sobre as suas características? Sobre o potencial para a saúde? Sobre o que as suas cores significam? Ou simplesmente comemos o que temos disponível no momento e o que sabe bem ao palato? Porque não odiamos os alimentos que fazem mal ao nosso corpo, mas que sabem tão bem? Porque não criamos uma relação emocional com os alimentos? O que é isto? Uma relação emocional com os alimentos? Enlouqueceu de vez? Não sei se é loucura…, mas sigam-me. Imaginem que os alimentos falavam, que nos abraçavam, que nos diziam o quanto somos especiais. Se conseguíssemos conectar-nos com os alimentos como se, de humanos se tratassem? Possivelmente e como em todas as relações faríamos escolhas. Uns amávamos e outros odiávamos. Em que se traduziria no nosso corpo?

Lembro-me que há uns anos… esperava por alimentos sazonais. Quem se lembra de só comer morangos no verão? Das uvas na altura de vindima? Dos dióspiros que chegavam em outubro, novembro com as castanhas…e as cerejas? Subia à árvore para as apanhar e aqui para nós que ninguém nos ouve…comia-as diretamente, sem lavar! E no verão, os pepinos e tomates que colhia na horta, enquanto ajudava a minha avó com a rega, e que comia com sal na própria horta. E sem falar, das laranjas, tangerinas, maças e peras…e os figos! As batatas, as leguminosas…noites de verão a malhar e escolher feijão e grão! Quem se lembra? E a secar os figos para, no Natal, ter as passas de figo com recheio de nozes colhidas em outubro. Talvez aqui tenha encontrado uma das primeiras “relações” que criei com os alimentos. Na horta, nos almoços e festas de família e no convívio com a comunidade na época das colheitas.
Nessa época, esperávamos ansiosamente pelos alimentos. O facto de viver fora da cidade grande, fazia com que não tivéssemos acesso aos alimentos como temos hoje. Atualmente, tantos alimentos fora de época e sem falar em tantos alimentos processados.

E o que tem isto a ver com o Coaching? Ter um corpo saudável depende de escolhas. Se escolhemos de quem gostamos, o que queremos fazer etc, porque não escolher “criar” uma relação com os alimentos? E como? Apresentem-se, perguntem quem são, que características têm, de onde vêm, falem sobre como queremos que nos tratem. Ousem criar a relação. Ousem amar e odiar e acreditem que o corpo sentirá a diferença.
A consciência de si fará a diferença!