Mês em que se comemora a Mulher e o Pai! Mulher e Homem! A Igualdade de Género não se impõe apenas por decreto. É uma construção social que cabe a cada homem e mulher consciencializar. Qual a importância da mulher na sociedade? Como evoluiu? Quais as tendências? Qual o espaço que a mulher dá ao homem, nas “coisas” de mulher? Qual o espaço que o homem dá à mulher nas “coisas” de homem? Terá a pandemia agravado e acentuado ainda mais as diferenças? Terá a sociedade reunido as condições necessárias para desconstruir o papel da mulher e do homem que foi decretado há muitas gerações atrás?
Quando se procura “recuperar Portugal, construindo o futuro” (fonte: plano de recuperação e resiliência) questiona-se: como estamos a equacionar o equilíbrio demográfico (52,6% de mulheres face a 47,4% de homens)? Como está a educação a trabalhar neste sentido (em cada 100 pessoas sem nível de escolaridade, 71 são mulheres e 29 são homens)? Como estão as disciplinas a avaliar a tendência das escolhas académicas (em cada 100 pessoas com ensino superior completo, cerca de 60 são mulheres e cerca de 40 são homens)? Como estão as disciplinas a avaliar a tendência das escolhas profissionais? Que impacto, essas escolhas, têm atualmente na sociedade e terão nas próximas gerações (sabiam que “se os números de mulheres nas tecnologias de informação e comunicação igualassem o número de homens, poderia haver um ganho de 9 mil milhões de euros por anos de PIB na EU.” (fonte: Women active in the ICT sector – Publications Office of the EU (europa.eu))? Tantas outras questões se levantam e não menos relevantes como: a taxa de emprego entre homens e mulheres, a conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional, as diferenças salariais, uma cultura de empresa que utiliza de forma residual o trabalho a tempo parcial (em Portugal as mulheres empregadas a tempo parcial são 12,5% face à média europeia que é de 32%), a evolução da taxa de risco de pobreza que é mais acentuada nas mulheres, a participação residual de mulheres em cargos de liderança ou cargos públicos, a violência doméstica acentuadamente exercida sobre as mulheres (80%, contra 20% em homens) e as próprias diferenças encontradas na comunidade LGBTI (por exemplo, os homens vão na linha da frente nas uniões matrimoniais, superior em 75% face às mulheres). Estaremos conscientes que a igualdade de género poderá promover a competitividade e a geração de riqueza de um país? Estaremos verdadeiramente a ir ao âmago da questão? Estaremos a pontificar ou a reunir números para estarmos nos melhores rankings da igualdade de género?
Ainda há um longo caminho para a reconstrução do construto social – Igualdade de Género, que tem que ser trilhado por homens e mulheres. A luta não pode ser desigual. A luta é um caminhar na mesma direção. Numa forma de justiça plena que permita a homens e mulheres contribuir para uma sociedade mais inclusiva, geradora de riqueza e que sustente as gerações vindouras. A cada um, cabe o papel principal.
A consciência de si, fará a diferença!