Coaching e Empreendedorismo

Sabem o que significa empreender? Empreender é ter a capacidade de “sair de cena” e ousar. Capacidade de olhar de uma dimensão para outras dimensões e encontrar uma janela de oportunidade. Sempre questionei o porquê de a Educação não abrir as bases para empreender. Conseguimos através da educação o conhecimento técnico de várias áreas de saber e onde está o conhecimento que não é tangível? Onde está o conhecimento que surge de uma linguagem silenciosa do corpo e das emoções? Empreender é um mundo que reúne muitas competências: criatividade, coragem, resiliência, relações interpessoais, determinação, compromisso, negociação, capacidade de concretizar. E estas competências aprendemos na escola? Talvez num denominado programa de flexibilidade curricular? E será, o mesmo, suficiente? Empreender revela uma espécie de independência, uma vontade mesmo que inconsciente de correr riscos. Estaremos a desafiar suficientemente as nossas crianças para serem protagonistas nas suas vidas? Para encontrarem novas formas? David McClelland (1917-1998), psicólogo americano, apresentou três motivos responsáveis pelo comportamento humano: afiliação, realização e poder (teoria de McCLelland – motivação e necessidades). Se cruzarmos pesquisas realizadas, em Portugal, sobre os motivos do comportamento humano com pesquisas relacionadas com as dimensões culturais de Hofstede, facilmente entendemos que vivemos num país culturalmente afiliativo, com distância ao poder, que privilegia o coletivismo versus individualismo e em que a masculinidade impera. Esta cultura foi até hoje inócua? E agora na sociedade atual? Com os desafios da globalização e da escassez de recursos servirá esta cultura o propósito das novas gerações? Como desenvolver os motivos responsáveis pelo comportamento humano que nos impelem para a realização, ou seja, competir e correr riscos como forma de desafio? Como desenvolver o motivo de poder, ou seja, a capacidade de liderança?
Empreender pode ser uma característica inata, mas também pode ser aprendida. Para isso é necessário construir metodologias capazes de ensinar a desenvolver a iniciativa, a correr riscos, a aceitar o erro e gerir a frustração, a retirar dos erros as lições aprendidas, a liderar e a persistir. Serão novas abordagens que poderão fazer diferença na construção de uma nova forma de cultura que sirva o propósito de novas gerações. Essa nova forma de cultura pode nascer de uma consciência de ser Líder de si próprio.
A consciência de si, fará a diferença!