E chegou…o mês dos namorados! O mês em que se comemora o amor, em que as montras se enchem de corações e apelam ao consumismo. Seremos nós capazes de falar de amor? Seremos nós capazes de dizer aos nossos parceiros o que sentimos na nossa relação? E o que é a relação? Será partilha, respeito, amor, dedicação, compreensão e saúde sexual?
Saúde sexual, é disto que vos venho falar. Alguma vez refletimos sobre a abertura que temos para ‘pensar a nossa sexualidade’? Ou para falar com o nosso parceiro sobre sexualidade?
A sexualidade é uma componente essencial na vida de um indivíduo: contribui para a construção da sua identidade ao longo da vida e para o seu equilíbrio físico e psicológico. A sexualidade é “uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade, que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual; ela influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental” (OMS, 1992).
Se assim é, não expressar, adiar ou anular a sexualidade nas nossas vidas não poderá fazer parte do jogo da vida. A sexualidade desperta-nos para a sensualidade, para o bem-estar com o nosso corpo, para a construção da nossa autoestima, para a procura do Outro. A sexualidade está presente diariamente, desde o momento em que tomamos o nosso banho consciencializando o nosso corpo. Desde o momento em que passamos o creme no corpo despertando os sentidos. Desde o momento em que colocamos o perfume e que o cheiro nos leva o pensamento para episódios de prazer. Desde o momento em que nos vestimos para nos sentirmos sensuais, para nos sentirmos olhados. Depois, os filhos… resultado da nossa sexualidade. Resultado de momentos quentes e inebriantes.
E poderia continuar a descrever o que o dia-a-dia nos pode revelar em relação à sexualidade. Mas estaremos nós conscientes disto? Ser-se sexualmente ativo é viver na certeza de que a sexualidade está em cada dia. É de “pensar a sexualidade”, é de “falar de sexualidade” com o parceiro. Falar do que se gosta, do que se quer, das sensações, do corpo, das posições, dos comportamentos sexuais, dos desejos, das fantasias. Se tivermos espaço nas nossas vidas para falar de sexualidade, da mesma forma como dizemos “o que faço, logo, para o jantar?”, teremos, certamente, facilidade de falar com os nossos filhos sobre o tema.
Sim, isto também é um tema sobre que refletir, porque somos responsáveis por transformar a sociedade. Deixamos para as escolas os assuntos mais sensíveis. “Falar de sexualidade com os filhos? Hum…não me parece. Eles que aprendam nas aulas de ciências e de cidadania”. Isto a par com meios digitais e com práticas que diria ‘muito à frente’… do nosso tempo!
Mas a sexualidade evolui, e quanto mais conscientes estivermos para o tema, mais capacidade teremos de acompanhar as novas gerações. A verdade é que quando a Sociedade teme e evita, tudo se transforma numa ‘pescadinha de rabo na boca’. Ora sigam-me: se sou uma mulher, e acumulo com ser professora, se não falo de sexualidade com o meu parceiro e com os meus filhos, como vou falar com os meus alunos? Mais: como vou falar, se nunca tive oportunidade de aprofundar o tema?
Aparentemente, estamos numa Sociedade de mente aberta, em que tudo vale. Quando nos detemos nos comportamentos sexuais dos adolescentes e adultos, percebemos que há uma vontade de extravasar. Mas então, o que nos impede de aprofundar a sexualidade e falar abertamente sobre a mesma? Quando ‘pensamos e falamos’ abertamente sobre sexualidade, encontramos o equilíbrio. Ou seja, consciencializamos a importância e o espaço que esta tem na nossa vida, e dispomo-nos, de mente aberta, a partilhar com os outros essa consciência.
A sexualidade não é apenas a busca exacerbada de sexo, passa por um conjunto de pensamentos e comportamentos na busca de prazer. E esta é a componente psicológica da sexualidade. No seu cariz biológico, a sexualidade faz parte dos mecanismos de regulação do organismo na procura da homeostase (equilíbrio). E o coaching? Como se associa à sexualidade? A metodologia coaching permite despertar a consciência, quebrar crenças e tabus, e avançar para uma relação mais equilibrada entre a sexualidade e o EU. A consciência de si fará a diferença!