O coaching ontológico tem como alicerces a trilogia: linguagem, emoções e corpo. Nesta edição, debruçar-nos-emos sobre a linguagem, tentando dissociar esta da emoção e corpo. Tarefa difícil, porque somos tudo isto!
Como seres humanos estamos sempre muito focados em perceber a nossa existência e em encontrar um sentido de vida, sempre numa interpretação constante connosco e com o mundo que nos rodeia. É neste corrupio que construímos o nosso quadro de referência e é sobre este e com este que traduzimos a linguagem em ação, tentando dar um sentido à vida. O indíviduo é assim, uma construção linguística.
«Nuestra identidad está directamente asociada a nuestra capacidad de generar sentido a través de nuestros relatos.» Rafael Echeverría (2015), Ontologia del Lenguaje.
No entanto, a nossa linguagem poderá estar repleta de “minas mentais”. Ou seja, falamos sobre o que conhecemos (conhecimento) e sobre o que acreditamos (crenças) e atuamos em torno deste ciclo quer na vida pessoal, quer profissional.
E se “recuar” uns minutos para se focar na sua linguagem?
Recuar significa andar para trás ou retroceder ou bater em retirada. Mas também, pode significar recolhimento e reflexão. Estamos a falar de distinção, um dos atos linguísticos. Se a palavra recuar pode ter tantos significados, desafiem-se a multiplicar todas as palavras que existem, por todos os significados nos vários contextos. Utilizar a linguagem e os atos da linguagem, implica um equilíbrio connosco e com quem nos rodeia. Implica quebrar a transparência (conhecimento, crenças, juízos de valor etc.) para reprogramar “novas formas” de olhar o mundo, de se dar a ver ao mundo. Para depois, agir sobre o mundo.
Quando nos focamos na linguagem, conseguimos entender o poder que esta traduz e como impulsioná-la para a ação. Na verdade, a linguagem é ação. Ao utilizarmos frequentemente as palavras “mas” “acho” “e se” “nunca vou conseguir” “eles têm muita sorte” “um dia irei tentar” “tenho sempre azar”, “já aprendi o suficiente” “esse tema não está sob a minha responsabilidade”, entre outras, estamos a limitar novas possibilidades de aprendizagem e novas experiências.
O que nos impede de reprogramar a nossa linguagem? O que nos impede se, nos prejudica, nos limita, não nos deixa seguir o rumo, não nos deixa conhecer e agir sobre novas abordagens? A linguagem é tão poderosa que pode ter tanto de limitadora, como de conquistadora.
O coaching permite reprogramar a linguagem. A consciência de si, fará a diferença!